O mês de fevereiro acabou com uma triste marca: pode ter sido o mês que mais teve mortes de jovens na Grande João Pessoa. Jovens que, em sua maioria, tinham relação com as facções criminosas que dominam e disputam o tráfico de drogas na região.
Cenas de jovens sendo retirados de casa, assassinados em plena via pública, na calada da noite ou em plena luz do dia foram vistas com mais frequência do que em meses anteriores, apesar de fevereiro, embora bissexto, durou menos, naturalmente, que os outros meses do calendário.
Cabedelo e Bayeux dominam o ranking. Informações veiculadas pela imprensa, mas não oficializadas pelas forças de segurança, falam em mais de uma dezena de jovens desaparecidos só na cidade de Bayeux. Jovens que foram retirados à força de suas casas e até hoje não apareceram.
Vez ou outra, corpos são encontrados na maré. Boiando ou já em estado de putrefação. Bombeiros fazem rota em busca de cadáveres na cidade francesa. Cena também bastante comum nos últimos meses.
Não passa dos 30. As vítimas estão sempre entre 15 e 25 anos. Não passam disso. Acabou aquela imagem do bandido velho e com larga experiência. Hoje, com uma pistola na cintura, novinhos se acham valentes para ir pro confronto. Às vezes não só entre rivais. Vez ou outra, com a própria polícia.
O pior de tudo é que, por desconhecer ou omissão mesmo, pais inocentam seus filhos ao dizerem que os mesmos não tinham envolvimento com o crime. Contudo, as investigações trazem à luz da verdade. Eram envolvidos até o talo. Só os pais “não sabiam”.
E assim, nossa juventude tem sido dizimada, infelizmente. Isso não fala sobre condição financeira ou lugar onde mora. Infelizmente, esse tem sido um caminho para quem tem buscado vida fácil. Facilidade que tem um preço. Em muitos dos casos, pago com a própria vida.
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Flávio Fernandes