Muito se fala nos grandes clássicos da literatura, que têm sua indiscutível importância. Eu sou uma das leitoras que muito se atraem diante dos clássicos. Costumo ler ao menos dois deles ao ano, e, dificilmente, me arrependo. Ainda que exija um pouco mais de tempo e concentração, acho que, sim, devemos ler os clássicos.
Mas hoje quero falar do local, dos autores paraibanos. Como leitora, considero que não podemos nos abster de ler nossos talentos de casa. Nos últimos anos tenho ficado mais atenta a isso. Procuro sempre incluir uma leitura de autores paraibanos, e, assim como nos clássicos, nunca me arrependo.
O mais recente que li foi do colega jornalista e escritor Ricardo Oliveira. Com o seu romance ‘Verde gás’, que me tirou o fôlego. Livro que me fez sofrer, chorar, me revoltar. Leitura que nos faz refletir. A narrativa traz política, crítica social, dramas humanos que poderiam se encaixar em qualquer um de nós. A todo tempo, a gente acompanha o protagonista enquanto vivencia uma cidade de mortos tomada pelo gás.
A sagacidade que o autor colocou na sua obra chega a impressionar pelos recortes que se assemelham à realidade, mas eu não vou deixar spoiler. Fiquem tranquilos.
Um ponto muito positivo que considero no livro de Ricardo é que a história se passa em nossa cidade, em João Pessoa. As páginas avançam e vamos reconhecendo pontos da nossa capital paraibana, o que de certa forma impressiona ainda mais porque a história poderia passar no meu bairro, na minha rua, no meu prédio.
Tive a oportunidade de conversar com Ricardo Oliveira sobre sua obra e tirar minhas dúvidas, conhecer um pouco do processo criativo.
Na próxima coluna continuarei o tema sobre os autores paraibanos. Tem muito talento perto de nós, e muita coisa boa para ler.