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Sobre grifar livros: pecado ou salvação?

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Foto: Arquivo pessoal

Dias atrás eu conversava com uma amiga leitora sobre grifos em livros. Ela me disse que “amou tanto um livro que fez vários grifos”. Eu tenho o mesmo comportamento, reprovável por muitos, diante dos livros, principalmente dos que gosto muito.

Grifar ou não grifar livros? Eis a questão que divide leitores. Há quem considere tal ato verdadeiro vandalismo ou descuido. Do outro lado, no qual me encontro, estão os que grifam os livros sem piedade e entendem que isso faz parte do ritual de leitura.

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Eu, como já revelei, tenho esse hábito. Por isso, talvez, tenha demorado um pouco mais que a média dos leitores a me render à leitura digital, onde, embora seja possível destacar trechos, não existe a magia de pegar um marca-texto e grifar, grifar, grifar.

Foto: Arquivo pessoal

Mas nem sempre eu fui essa pessoa. Já estive no grupo dos leitores que não riscava um livro por nada. Porém, o tempo foi passando e fui amadurecendo no sentido de questionar: o que me impede de ser feliz e grifar esse livro? Foi quando entendi que nada me impediria de fazer isso (claro, estou falando dos meus livros, e não de livros emprestados). Desde então, isso já faz muitos anos, eu me sinto ‘livre’ quando estou com um livro, um marca-texto e um grafite, com o qual gosto de fazer anotações extras nos livros. Ao final, considero que a leitura se fixou melhor na minha mente e o aprendizado foi maior.

Além disso, sou nostálgica. Gosto de, anos após ter concluído um livro, revisitá-lo. Aprecio a sensação de pegar o livro, folheá-lo e ver os trechos que me chamaram a atenção quando o li da primeira vez. Acaba sendo uma visita dentro de mim. Por que determinado trecho me tocou da outra vez? Ainda me chama a atenção? Eu ainda o grifaria? E agora, o que eu grifo nessa segunda leitura?

Existe, não tem como negar, um sentimentalismo em todo esse processo de grifar livros. E eu acho que não se perde nada com isso. Desde que, repito, o livro seja nosso, não seja um empréstimo. Para os livros dos outros – e quero que seja recíproco com os meus – a regra é não fazer um risco sequer. Apenas ler e devolver do mesmo jeito que recebi.

Já os meus, preparem-se: renovei meu estoque de papelaria e agora tenho um kit de novos marca-textos ávidos por descobertas literárias.

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