
Quem conhece a Marianna fora do jornalismo de marcas sabe que, na vida pessoal, ela ama música e contempla o universo artístico musical. Pois bem, um amigo me presenteou, no meu aniversário passado, com o livro que é a autobiografia de Rita Lee. Não preciso dizer que brilhei os olhos e agradeci. Agora, alguns meses depois, coincidentemente ou não, a autobiografia cruza minha vida novamente. Quando uma amiga assessora conta que viria para João Pessoa o espetáculo homônimo, estrelado pela atriz Mel Lisboa. Na hora, os olhos brilharam novamente – dessa vez, também os da jornalista.
Não é comum noticiar produções em turnê acontecendo na nossa terrinha. E a grandiosa, que tem meu respeito, “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical” está chegando. O espetáculo é um musical que tem conquistado o Brasil, entre críticos e fãs. A apresentação é da Petrobras, o patrocínio master é da Porto e tem outro patrocínio da Alelo. A realização é da Brancalyone Produções.
Dirigido por Márcio Macena e Débora Dubois, o espetáculo sobre a rainha do rock brasileiro ficou mais de um ano em cartaz na capital paulista com sessões esgotadas. Aqui, serão duas apresentações de 120 minutos, iniciando às 20h. No palco do Intermares Hall, em Cabedelo (PB), nos próximos dias 5 e 6.
Mel Lisboa pisou pela primeira vez em cena como Rita Lee em 2014, no musical “Rita Lee Mora ao Lado”. Foram meses de casa cheia em um dos maiores teatros de São Paulo. A própria Rita Lee apareceu para “dar a benção” a ela e sua performance, e ainda voltou para assistir ao espetáculo – trabalho que rendeu a Mel prêmios como melhor atriz e a colocou entre os maiores nomes do teatro nacional.
Desta vez, Mel conta a história de Rita com base no livro da cantora, lançado em 2016. Aquele que eu ganhei de presente para ler, um sucesso editorial brasileiro. O livro narra os altos e baixos da carreira de Rita. A ideia do novo musical surgiu quando Mel gravou a versão em audiolivro dessa obra como Rita, em 2022.
O texto conta do primeiro disco voador avistado por ela ao último porre. Sem se poupar, ela fala da infância e dos primeiros passos na vida artística, de Mutantes e de Tutti-Frutti, de sua prisão na ditadura de 1976, do encontro com o marido Roberto de Carvalho, das músicas e dos discos, do ativismo pelos direitos dos animais, dos tropeços e das glórias.
Como diz Rita no livro, seu grande gol é ter feito um monte de gente feliz. E Mel leva a sério essa missão: todas as vezes em que interpreta Rita, as pessoas se comportam como se estivessem num show. Estamos prontos para curtir isso! As sessões, cuja classificação é de 12 anos, terão inclusive tradução em libras e audiodescrição.
Destrinchando a ficha técnica, o musical tem roteiro e pesquisa de Guilherme Samora e direção musical de Marco França e Márcio Guimarães. E ainda traz no elenco, além de Mel, interpretando personagens icônicos: Bruno Fraga (Roberto de Carvalho), Fabiano Augusto (Ney Matogrosso), Carol Portes (Censora Solange), Debora Reis (Hebe Camargo), Flávia Strongolli (Elis Regina), Yael Pecarovich (Gal Costa), Antonio Vanfill (Arnaldo Baptista e Charles Jones), Gustavo Rezende (Raul Seixas), Roquildes Junior (Gilberto Gil) e Lui Vizotto e Priscila Esteves (swing).
Mel Lisboa considera: “a vida de Rita precisa ser contada e recontada. Sua existência transformou toda uma geração. E continua a conquistar fãs cada vez mais jovens. Rita não é ‘somente’ a roqueira maior. Ela compôs, cantou e popularizou o sexo do ponto de vista feminino em uma época em que isso era inimaginável. Ousou dizer o que queria e se tornou a artista mais censurada pela ditadura militar. Na época, foi presa grávida. Deu a volta por cima e conquistou uma legião de ‘ovelhas negras’. Se tornou a mulher que mais vendeu discos no país e a grande poetisa da MPB”.