A polícia revelou detalhes sobre o planejamento do ataque que incendiou um ônibus e resultou na morte do motorista em João Pessoa, ocorrido em julho de 2023. Segundo as autoridades, o ataque foi arquitetado pelo Comando Vermelho com o intuito de incriminar a facção paraibana Okaida, além de pressionar as forças de segurança para transferir o líder rival para um presídio fora do estado, enfraquecendo-a.
O mandante do crime, identificado como Lindemberg Vieira da Silva, 34 anos, foi preso no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (20). Silva também é acusado de liderar roubos, homicídios e o tráfico de drogas na cidade de Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa.
As investigações apontam que Lindemberg representava o Comando Vermelho na Paraíba, visando expandir os territórios da facção. Relatórios indicam que membros de uma facção local foram recrutados e levados ao Rio de Janeiro para transmitir ordens aos traficantes paraibanos.
Segundo o delegado Diego Beltrão, Lindemberg está associado a uma onda de violência em Cabedelo e Bayeux, tendo ordenado diversos assassinatos nos dois municípios. Beltrão afirmou que “todos os crimes relacionados à guerra entre as facções, onde membros da facção paraibana foram vítimas, devem ter tido ordem dele”.
O objetivo do ataque ao ônibus, conforme explicado pelo delegado, era atribuir a responsabilidade à facção paraibana, pressionando as autoridades a transferir o líder rival, que não teve o nome revelado, para um presídio federal. A expectativa era enfraquecer a facção paraibana e abrir espaço para o Comando Vermelho na Região Metropolitana de João Pessoa.
O delegado Beltrão também informou que foi solicitada a transferência de Lindemberg Vieira da Silva para a Paraíba, uma vez que não houve flagrante e ele não é acusado de crimes no Rio de Janeiro.
Relembre o Caso
O ataque ocorreu na noite de 18 de julho, quando dois homens armados invadiram o ônibus da linha 600, entre os bairros de Bessa e Varadouro. Os criminosos obrigaram o motorista e cinco passageiros a permanecerem no veículo, lançando garrafas com combustível e ateando fogo.
A Polícia Militar foi acionada e resgatou três vítimas, que foram levadas ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Dois passageiros conseguiram escapar antes que as chamas consumissem o ônibus.
Entre os feridos estava uma passageira de 27 anos e um passageiro de 30 anos, ambos com ferimentos leves e que receberam alta ainda na madrugada. O motorista, conhecido como Silvano da Silva, teve 54% do corpo queimado e segue em tratamento no Hospital de Trauma. O incidente resultou também em danos à rede elétrica, deixando parte do bairro sem energia. A ação não foi registrada em vídeo devido à destruição da câmera de segurança pelo fogo.
Com informações do g1
