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Design feminino é design de amor. Entrevista sobre a exposição Amorcracia

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Maria dos Mares | Foto: Marianna Vieira

Para quem gosta de arte (quem não gosta?), tem uma mostra de peças feitas em barro, no Espaço Arte Brasil, no Térreo do Liv Mall, em Manaíra, aqui em João Pessoa. A mostra foi aberta no último dia 13 e fica durante um mês, até abril, para visitação gratuita.

A artesã, Maria dos Mares, representa o “ser feminino”, presente na sua trajetória artística desde a infância, com influência direta da própria mãe, e também nas histórias nossas, outras mulheres que viram inspiração para as obras dela. Em celebração ao mês das mulheres, março, a artista assina a exposição intitulada “Amorcracia” — sim, são as duas palavras juntas, amor e cracia, que Maria dos Mares ergue como sua bandeira na criação.

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Neste papo, Maria compartilha a origem do interesse pelas artes plásticas, a conexão com o feminino em suas criações, o que o público pode esperar da nova exposição e seus planos para o futuro.

Como surgiu o interesse pelas artes plásticas?

De maneira bastante espontânea, acho que foi a evolução de uma necessidade de me expressar. Sempre digo que começou na minha infância, dentro de casa, com a minha mãe, que era muito criativa. Então nós tínhamos um ambiente constante de criação e ficávamos brincando ao lado de onde ela trabalhava, em contato com cores e texturas, acho que isso me marcou muito.

Sendo multiartista, como percebe a interação entre suas formas de expressão?

Eu não trabalho desvinculada da palavra, da linguagem falada e escrita. Enquanto estou trabalhando, idealizando o que aquela peça vai dizer para as pessoas e o que está dizendo para mim, vão surgindo palavras e eu vou escrevendo, às vezes, em um caderno que está por perto, às vezes, no próprio barro. Está tudo vinculado.

De onde vem a influência para abordar o “Ser Feminino”?

A subjetividade feminina foi me direcionando para essa questão. Geralmente, são temas ligados a histórias que ouço em contato com outras mulheres, assuntos do dia a dia que estão na mídia e que me incomodam; eu queria dar minha contribuição de alguma forma.

Seria uma forma de deixar uma mensagem para outras mulheres?

Não só deixar uma mensagem, mas uma forma com a qual eu possa intervir e contribuir como um ato político.

E sobre a inspiração por trás do termo “Amorcracia”?

A palavra surgiu durante a pandemia. Quando estávamos todos reclusos, eu comecei a trabalhar produzindo livros, tirando das gavetas tudo o que já tinha escrito e trabalhando algumas questões relativas ao momento como uma forma de denúncia. Ao mesmo tempo, eu comecei a ficar aborrecida com o esvaziamento da palavra democracia e eu pensava ‘tem que ter alguma outra palavra que nos guie’. Enquanto eu fazia esse trabalho de montagem dos livros, acabei unindo as palavras “amor” e “cracia”. Ela vem, para mim, substituir esse outro vazio.

O que o público vê nessa nova exposição?

Nesta mostra, quero apresentar de forma mais coletiva esses pensamentos e, normalmente, trazendo como destaque o feminino. É meio contundente, mas é no sentido de mexer um pouco com tudo. Agora, para saber mais detalhes, as pessoas vão ter que ir à exposição (risos). Tem que ir ver, ter um olhar de contemplação direcionado para a obra de arte no contexto em que estamos vivendo, tentar entender a nossa relação com tudo o que vai estar exposto.

E a partir de agora, quais são os planos criativos?

Eu continuo com a mesma intenção que sempre tive de ser combativa, direcionar meu trabalho para o coletivo e, na medida do possível, interagir com o que se passa para contribuir socialmente de alguma forma. Outro plano é diminuir o ritmo de trabalho que está muito intenso, mas mesmo que eu trabalhe apenas com pequenos formatos, eles serão tão grandes em intenção quanto outra peça já produzida por mim.

Marianna Vieira (@mariannavieiraa) é jornalista, especialista em Publicidade e Assessoria. No Meio de Propaganda (@meiodepropaganda), destaca o mercado – paraibano, nordestino e brasileiro – há 13 anos. Quando a marca faz a diferença, o Meio faz a notícia.

Escreva para a coluna: [email protected].

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