Um casal de empreendedores busca uma agência de propaganda em João Pessoa para contar uma nova história. Ela parte de uma franquia conhecida de hambúrgueres e vira marca própria, amparada em conceitos de branding e com identidade visual completa. Além disso, digamos que entretém o consumidor, utilizando-se de gameficação para desafiá-lo. Imagine chegar numa hamburgueria e encarar o seu pedido… Querer voltar lá para cumprir outro desafio (outro hambúrguer). E por aí vai…
A marca é a Bravano – que inaugurou há duas semanas, no Bairro dos Estados (e também no Ifood). E a agência é a Hanzol – que envolveu equipe de direção criativa e de arte, além de ilustração e redação para lançar e dar continuidade ao trabalho com a marca.
“Tínhamos liberdade criativa, mas com a necessidade de substituir uma marca já existente”. Quem conta detalhes do processo é o diretor de criação Fellipe Rocha. Ele se refere à anterior Insano, franquia de hambúrgueres que certamente o leitor já conheceu ou consumiu. A virada de chave foi essa. Os empreendedores saíram da Insano e ganharam a Bravano.
“O projeto foi do zero, desde a concepção do name [o nome], a partir da criação do universo visual e do posicionamento conceitual da marca. Com a junção do “brave” mais “insano”, a gente chegou na ideia do Bravano. Colocando sempre o consumidor como quem precisa de certa bravura para enfrentar os desafios, que são cada um daqueles imensos hambúrgueres. Tanto é que, no próprio cardápio, cada produto foi pensado como um desafio. Tem ‘O Enigma de Merlin’, ‘O Labirinto de Dédalo’, ‘Forja de Vulcano’… Cada hambúrguer é como se fosse um desafio que os consumidores precisam enfrentar. E a mesa é praticamente a arena de batalha”, disse Fellipe, que assina o naming.
Eu estive na noite de inauguração, no último 15 de março. Encarei o “Viagem de Colombo”, mas, além disso, vi todos os envolvidos – desde os empreendedores, sua equipe e convidados, à equipe da agência – orgulhosos e fazendo próximos planos, porque, sim, como todo lançamento, ainda tem mais por vir.
“O projeto nos deu muita satisfação. Tem uma identidade completamente original e autoral, pensada nos mínimos detalhes. Todos os pontos de contato da marca com o consumidor possuem essa expansão da narrativa, da sacola do delivery à fala do garçom”, concluiu o diretor de criação.
A identidade visual criada reflete o universo da marca, incluindo personagem próprio e original, desenhado especialmente para o projeto pelo ilustrador da agência Hanzol, André Rodrigues, inspirado em guerreiros mitológicos. Quem fala mais é o diretor de arte da Hanzol, Marcelo Correia, ao dizer que André se utilizou da ideia do viking, um aventureiro, “então, no cardápio, que está sendo elaborado, o personagem está escalando uma montanha e interage com o mundo real, está jogando batata frita, interage com o hambúrguer. Essa ideia foi incrementada em todo o universo de marca”.
E ícones foram desenvolvidos para cada desafio, diz Marcelo: “o intuito é gamificar. A sensação de ‘já fiz estes desafios, faltam esses’. Estimular o público. Para isso, foram desenvolvidos ícones, junto com a tipografia e as cores, para dar a ideia de único. A gente não podia fazer uma marca que as pessoas não quisessem usar, então o intuito também era equilibrar para não ficar caricato. Foram e estão sendo desenvolvidas camisas. A intenção é trazer o desejo de que as pessoas vistam e usem no dia a dia e tornem Bravano algo cotidiano”.
“Aí a gente passou para a tipografia, que também era para combinar com o universo de marca. Nessa pegada bruta, de desafio. Tem personalidades únicas, porque foi alterada a mão. O desenho base foi a partir de uma e a gente alterou para poder deixá-la personalizada e exclusiva da marca. Um resultado interessante, porque foi original. A gente conseguiu passar a essência dos desafios e ter essa personalidade muito forte em cada letra. Tem traços pontudos para dar ideia de mais brutalidade”, completou.
Diferenciar era o mote da identidade visual do Bravano, tanto da anterior franquia que funcionava no local, como de outros nomes. “Foi uma análise muito detalhada dos concorrentes que eles mesmos identificaram (os clientes). Começa pelas cores. Preto e vermelho eram muito comuns. Analisamos também hambúrgueres que não são artesanais, como McDonald’s, Burger King, então o intuito foi diferenciar. Por exemplo, colocar laranja na fachada e chamar a atenção”, revelou o diretor de arte a cor definida para a marca.
Fica, então, o convite para o leitor de João Pessoa desafiar-se a escolher qual vai ser o hambúrguer do dia.
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Marianna Vieira (@mariannavieiraa) é jornalista, especialista em Publicidade e Assessoria. No Meio de Propaganda (@meiodepropaganda), destaca o mercado – paraibano, nordestino e brasileiro – há 13 anos. Quando a marca faz a diferença, o Meio faz a notícia.
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