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Borboletas amarelas e a saudade de Macondo

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Foto: Arquivo pessoal – Valéria Sinésio

Na semana passada, várias pessoas relataram que viram borboletas amarelas em João Pessoa. Quando eu soube disso, imediatamente lembrei de Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Impossível ler esse livro e não se emocionar diante de relatos como as borboletas amarelas. Gabo, indiscutivelmente, deixou um legado riquíssimo com suas obras.

Eu demorei a ler Gabriel García Márquez. Comprei um boxe com três obras e o tempo foi passando, e eu colocando outras leituras na frente. A promessa era escolher um dos três livros sempre que terminava outra leitura, mas isso nunca aconteceu. Lembro que um dia peguei Cem anos de solidão e iniciei, mas não passei das primeiras páginas.

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A leitura não me prendeu, talvez eu não tivesse no meu momento de ler Gabo. Uns dois anos depois, determinada, peguei o livro e decidi ler. Gente, que encontro eu tive com Gabriel García Márquez através de Cem anos de Solidão. Foi um encontro, tenho certeza. O enredo que se passa na fictícia Macondo nos prende de um jeito que a gente não quer mais largar o livro.

Se é possível usar o verbo esbaldar em leitura, eu me esbaldei em Cem anos de solidão. Eu vivi esse livro intensamente, com toda a atenção e sentimento que se pode colocar em uma obra. Macondo e seus personagens, para quem o leu, são inesquecíveis. Pode passar dias, meses, anos…basta alguém citar um dos nomes do livro para o coração acelerar. Em Macondo, só relembrando, “o mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome, e para mencioná-las era preciso apontar com o dedo”.

Durante a leitura de Cem anos de solidão, pesquisei bastante sobre a época em que García Márquez o escreveu. O nome do romance seria ‘casa’, mas o autor pensou e decidiu colocar solidão, em referência ao sentimento que qualquer pessoa pode ter ao longo da vida. Gabo abriu mão de quase tudo para se dedicar ao seu livro. Vendeu quase tudo de casa, ficando apenas com o secador de cabelo da mulher, um liquidificador e um aquecedor.

Por esse envolvimento que Cem anos de solidão nos traz, é que retomo a história das borboletas amarelas em João Pessoa. Quem leu o livro, sabe da magia e da emoção que há diante dessas borboletas que eu, felizmente, tive o prazer de também ser agraciada com várias dela na semana passada.

Bateu tanta saudade que já penso em ler novamente.

Para quem não leu, fica a dica de leitura e a garantia de se emocionar e ter a vida marcada por Cem anos de solidão.

Boa leitura!

Valéria Sinésio

Jornalista e radialista formada pela UFPB. Possui mestrado em jornalismo e especialização em redação jornalística e em marketing político.

Foi repórter do Jornal da Paraíba e colaboradora do portal UOL Notícias. Atuou nas editorias de política, cidades, economia e cotidiano.

Ganhou nove prêmios de jornalismo.

Atualmente trabalha com assessoria política e redes sociais.

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2 respostas

  1. Eu tenho o costume de ler vários livros ao mesmo tempo. Em algum lugar da casa vai ter um livro meu. Mas tem aqueles livros que estão aguardando serem lidos. O Asno de Ouro é um deles. Outro que ainda não li é biografia do jornalista Biu Ramos. O bom é que livro não tem prazo de validade. Pode ser lido em qualquer tempo. Ultimamente tenho me dedicado a ler os documentos do Concílio Vaticano II da Igreja Católica, bem como a Doutrina Social da Igreja. Depois que fiz o curso de Ciências das Religiões passei a ler mais sobre as religiões.

  2. Eu tenho o costume de ler vários livros ao mesmo tempo. Em algum lugar da casa vai ter um livro meu. Mas tem aqueles livros que estão aguardando serem lidos. O Asno de Ouro é um deles. Outro que ainda não li é a biografia do jornalista Biu Ramos. O bom é que livro não tem prazo de validade. Pode ser lido em qualquer tempo. Ultimamente tenho me dedicado a ler os documentos do Concílio Vaticano II da Igreja Católica, bem como a Doutrina Social da Igreja. Depois que fiz o curso de Ciências das Religiões passei a ler mais sobre as religiões.

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