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Inteligência Artificial e a Nova Fronteira da Desinformação em Eleições

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À medida que nos aproximamos das eleições de 2024, um novo desafio se destaca: a disseminação de fake news geradas por Inteligência Artificial (IA), uma realidade que ameaça a integridade democrática.

Pesquisas revelam a capacidade da IA, como no caso do GPT-2 e seu sucessor, ChatGPT, de gerar desinformação convincente. Um estudo da Universidade de Cambridge demonstrou que esses sistemas podem criar milhares de notícias falsas plausíveis, como teorias da conspiração sobre vacinas e manipulação do mercado de ações por oficiais governamentais.

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A Suscetibilidade Humana à Desinformação IA

Um instrumento chamado Misinformation Susceptibility Test (MIST), desenvolvido em colaboração com a YouGov, mostrou que uma porcentagem significativa de americanos acreditava em manchetes falsas geradas por IA. Além disso, um estudo publicado na revista “Science” constatou que as pessoas têm dificuldade em distinguir entre desinformação criada por humanos e IA.

As consequências políticas e sociais são profundas. Em 2023, uma história falsa sobre um atentado no Pentágono, acompanhada de uma imagem gerada por IA, causou comoção pública e impacto no mercado de ações. Campanhas políticas, como a de Ron DeSantis, começaram a usar imagens falsas para desacreditar oponentes. Tais práticas indicam um uso preocupante da IA para influenciar a opinião pública.

No Brasil, o uso de deepfakes em fake news tem sido uma preocupação crescente, especialmente em períodos eleitorais. Um exemplo notável foi a manipulação de conteúdo do Jornal Nacional, onde técnicas de deepfake foram utilizadas para alterar o contexto de notícias, potencialmente influenciando a opinião pública. Este caso evidencia como a tecnologia deepfake pode ser usada para criar conteúdos falsos convincentes, destacando a importância de estar vigilante e crítico em relação às informações consumidas, especialmente durante as eleições.

Esses desenvolvimentos indicam a necessidade de maior conscientização e educação sobre mídias digitais, além de estratégias eficazes para combater a desinformação online. A detecção e o combate a notícias falsas, especialmente aquelas potencializadas por tecnologias avançadas como deepfake, tornam-se essenciais para preservar a integridade do processo democrático no Brasil.

O Perigo da Microsegmentação e Deepfakes

A microsegmentação, prática de direcionar mensagens personalizadas com base em dados digitais dos usuários, se torna ainda mais perigosa com a IA. O que antes exigia esforços manuais e custos elevados, agora pode ser feito rapidamente e a um baixo custo, democratizando a criação de desinformação. Um estudo sobre deepfakes e seus efeitos em atitudes políticas, realizado pela Universidade de Amsterdã, revelou que vídeos falsos podem alterar significativamente a percepção dos eleitores sobre os políticos.

À medida que enfrentamos deepfakes, clonagem de voz, manipulação de identidades e notícias falsas geradas por IA, torna-se imperativo que os governos limitem ou proíbam o uso de IA em campanhas políticas. Se não houver intervenção, a IA poderá comprometer seriamente as eleições democráticas. É vital que desenvolvamos estratégias para usar a tecnologia de forma ética e responsável, protegendo a integridade dos processos democráticos.

Artigo Científico referência:
Do (Microtargeted) Deepfakes Have Real Effects on Political Attitudes? – Tom Dobber, Nadia Metoui, Damian Trilling, Natali Helberger, Claes de Vreese, 2021 (sagepub.com)

Artigo do G1

Deepfake: conteúdo do Jornal Nacional é adulterado para desinformar os eleitores | Jornal Nacional | G1 (globo.com)

Humberto Júnior
Especialista em Segurança da Informação
Especialista em Defesa Cibernética
30+ anos em Tecnologia da Informação
Professor Universitário
Músico
Jornalista nas horas vagas

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